Cidadãos Glocais

Cidadãos Glocais : Solidariedade e Justiça Social

Quando olhamos para os resultados do Eurobarómetro Especial “ Ajuda ao Desenvolvimento da UE e Objetivos de Desenvolvimento do Milénio “, os resultados são encorajadores para todos os que acreditam nos princípios e valores do Desenvolvimento e Justiça Social.
 

Cidadãos Glocais : Solidariedade e Justiça Social

Quando olhamos para os resultados do Eurobarómetro Especial “ Ajuda ao Desenvolvimento da UE e Objetivos de Desenvolvimento do Milénio “, os resultados são encorajadores para todos os que acreditam nos princípios e valores do Desenvolvimento e Justiça Social.
Numa Europa marcada por uma crise financeira, económica e social, muitos poderiam pensar que a fragilidade económica dos europeus se iria refletir nos níveis de apoio e solidariedade para com os mais vulneráveis e fragilizados nos países em desenvolvimento. Mas pelo contrário, os resultados apontam para o reforço dos laços de solidariedade glocal.
Quando inquiridos sobre a importância de ajudar as pessoas nos países em desenvolvimento, os europeus não têm dúvidas: 83 % considera importante, percentagem que sobe para os 86%, em Portugal. Apoio reforçado pelos 66% dos europeus e 76% dos inquiridos, em Portugal, que consideram que a luta contra a pobreza nos países em desenvolvimento deve ser uma das principais prioridades da União Europeia. No capítulo de luta contra a pobreza, 52 % dos europeus consideram que, como indivíduos podem ter um papel no combate à pobreza nos PED, com 48% a afirmar que estariam preparados para pagar mais por bens alimentares ou outros produtos dos PED para apoiar as pessoas desses países. Aqui, existe uma clara discrepância com a opinião dos inquiridos portugueses, com 78% a revelar que não estariam disponíveis por pagar mais por esses bens.
Igualmente negativa é a percentagem de inquiridos que não ouviu falar ou não leu algo sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. 77% dos inquiridos europeus revela esse desconhecimento, tal como 74% dos inquiridos portugueses.
A menos de 750 dias de 2015, ano que se assinala a meta estabelecida pela ONU para alcançar os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, sabemos que nem todos os objetivos serão alcançados sendo que é necessário redobrar esforços para dar a conhecer aos europeus a nova agenda de Desenvolvimento pós-2015. Os atores de desenvolvimento têm de refletir sobre o que correu mal na divulgação dos ODM e sobre a necessidade de reforçar sinergias neste domínio. Tal como referido pelo Comissário Europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs “temos de trabalhar em conjunto - a comunidade mundial deve chegar a acordo quanto a um programa com objetivos ambiciosos em matéria de erradicação da pobreza e desenvolvimento sustentável”.
E é no capítulo da conscientização que os Municípios podem reforçar a sua participação no domínio dos ODM. Campanhas, newsletters, declarações e sobretudo ações externas e internas coerentes com os princípios do Desenvolvimento Humano.
Sobre o futuro dos objetivos do Desenvolvimento do Milénio, os resultados do presente eurobarómetro indicam-nos as três áreas que os europeus defendem ser prioritárias para o pós-2015: o emprego (44% UE; 63% PT), a saúde (33% UE; 43% PT) e o crescimento económico (41% UE; 41% PT).
Os desafios do desenvolvimento são já conhecidos por todos. 48% dos europeus admite que nos próximos 10 anos não será possível erradicar a pobreza extrema e a fome, mas acreditam que poderá ser alcançável a redução da mortalidade infantil, conseguir uma educação primária universal e reduzir para o mínimo o número de mulheres que morrem devido a complicações no parto.
Também os atores de desenvolvimento, que acreditam que o Desenvolvimento é uma responsabilidade partilhada vão decerto intensificar o seu trabalho para que a eficácia e eficiência dos números e parcerias seja um reflexo de bem - estar na vida das pessoas, porque são elas e para elas que faz sentido defender o Desenvolvimento Humano Sustentável e inclusivo.


Bruxelas , 2013